Digo que as caravelas são,
O meu anseio de conhecer,
Nos mares que existirão,
Aqueles que não posso ver.
Ergo os olhos do penhasco,
Para além de ver o mar,
Sou um navio sem casco,
E desisti de navegar.
Pois no abismo derradeiro,
Do horizonte sem vela,
Me tornei o mundo inteiro,
E perdi-me caravela.
O.T.Velho
quarta-feira, 25 de junho de 2008
quinta-feira, 19 de junho de 2008
ATOL
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Em toda noite de estrelas,
Simplesmente me reparto,
Me dvido pra contê-las,
No silêncio de meu quarto.
E me perco neste arco,
Como os olhos de alguém,
Que anseia por um barco,
Mas não sabe se ele vem.
Além disso, é quase nada,
Que vivi ou que mereço,
Pois sou noite estrelada,
E apenas me esqueço.
O.T.Velho
Simplesmente me reparto,
Me dvido pra contê-las,
No silêncio de meu quarto.
E me perco neste arco,
Como os olhos de alguém,
Que anseia por um barco,
Mas não sabe se ele vem.
Além disso, é quase nada,
Que vivi ou que mereço,
Pois sou noite estrelada,
E apenas me esqueço.
O.T.Velho
sexta-feira, 13 de junho de 2008
O BRILHO DOS OLHOS DELA
sexta-feira, 13 de junho de 2008
O brilho dos olhos dela,
Tem algo não sei o quê,
Que tanto esconde e revela,
Quando ela passa e me vê.
E o meu olhar insinua,
O que não posso pensar,
Do brilho que continua,
Mesmo depois de passar.
Como não sei abordá-la,
Quisera eu apenas supor,
Que este encontro sem fala,
É um começo de amor.
O.T.Velho
Tem algo não sei o quê,
Que tanto esconde e revela,
Quando ela passa e me vê.
E o meu olhar insinua,
O que não posso pensar,
Do brilho que continua,
Mesmo depois de passar.
Como não sei abordá-la,
Quisera eu apenas supor,
Que este encontro sem fala,
É um começo de amor.
O.T.Velho
quinta-feira, 12 de junho de 2008
UMA IMAGEM
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Para meu amigo Castelo Hanssen
É só uma paisagem no meio,
Do fio d'água, sem luz,
Que ouso pensar que a creio,
E nada além a produz.
Eu a vejo esquivo e torto,
E numa tal similitude,
Que confundo o vivo e o morto,
Porque tudo a repercute.
Somente não sei precisar,
Se na imagem concebida,
Algo existe além de olhar,
Esse nada que é a vida.
O.T.Velho
É só uma paisagem no meio,
Do fio d'água, sem luz,
Que ouso pensar que a creio,
E nada além a produz.
Eu a vejo esquivo e torto,
E numa tal similitude,
Que confundo o vivo e o morto,
Porque tudo a repercute.
Somente não sei precisar,
Se na imagem concebida,
Algo existe além de olhar,
Esse nada que é a vida.
O.T.Velho
LIMÍTROFES
O espelho não reflete,
Aquilo que julgo ver,
Ele apenas se repete,
Noutro modo de me crer.
Em sua forma atenuada,
O que ele desconhece,
É que a imagem transformada,
Nunca é o que parece.
E o reflexo duplicado,
Mostra coisas que não sei,
Pois sou apenas projetado,
De uma idéia que criei.
O.T.Velho
Aquilo que julgo ver,
Ele apenas se repete,
Noutro modo de me crer.
Em sua forma atenuada,
O que ele desconhece,
É que a imagem transformada,
Nunca é o que parece.
E o reflexo duplicado,
Mostra coisas que não sei,
Pois sou apenas projetado,
De uma idéia que criei.
O.T.Velho
INCÔMODO
Não me lembre que estou só,
Já me basta o não sabê-lo,
Pois assim não terás dó,
E eu, por fim, vá esquecê-lo.
Não me faças esquecido,
Do que seja a solidão,
Pra não ser compreendido,
Nos motivos sem razão.
E nem queiras conhecer,
Da razão qualquer motivo,
Vivo apenas pra esquecer,
A angústia de ser vivo.
O.T.Velho
Já me basta o não sabê-lo,
Pois assim não terás dó,
E eu, por fim, vá esquecê-lo.
Não me faças esquecido,
Do que seja a solidão,
Pra não ser compreendido,
Nos motivos sem razão.
E nem queiras conhecer,
Da razão qualquer motivo,
Vivo apenas pra esquecer,
A angústia de ser vivo.
O.T.Velho
FOBIA
Como é difícil ir além,
Da distância não medida,
Entre o nada que se tem,
E a meta pretendida.
É uma variante concreta,
Cuja única importância,
É o seguimento, a reta,
E o perder-se na distância.
Pretender é só um vício,
Uma água estagnada,
Que corrompe o desperdício,
E transforma tudo em nada.
O.T.Velho
Da distância não medida,
Entre o nada que se tem,
E a meta pretendida.
É uma variante concreta,
Cuja única importância,
É o seguimento, a reta,
E o perder-se na distância.
Pretender é só um vício,
Uma água estagnada,
Que corrompe o desperdício,
E transforma tudo em nada.
O.T.Velho
quinta-feira, 8 de maio de 2008
FINGIMENTO SURREAL
quinta-feira, 8 de maio de 2008
.
E ele sonhava às caravelas,
Com medo de ser navio,
Com suas águas amarelas,
Num imenso mar bravio.
.
Nunca quisera ser um porto,
Pois o porto só abriga,
Ao cargueiro feio e morto,
E a caravela antiga.
.
E pensava tão distante,
Na sua inventada razão,
Como um fio de barbante,
Segurando a embarcação.
.
O.T.Velho
E ele sonhava às caravelas,
Com medo de ser navio,
Com suas águas amarelas,
Num imenso mar bravio.
.
Nunca quisera ser um porto,
Pois o porto só abriga,
Ao cargueiro feio e morto,
E a caravela antiga.
.
E pensava tão distante,
Na sua inventada razão,
Como um fio de barbante,
Segurando a embarcação.
.
O.T.Velho
quinta-feira, 1 de maio de 2008
AS FOLHAS CAEM
quinta-feira, 1 de maio de 2008
As folhas caem no outono...
Vejo a folha que caiu,
Como alguém que tinha sono,
Ou simplesmente dormiu।
Pois no infindável remanso,
De um tempo não medido,
O outono foi só o balanço,
Para a folha ter dormido।
E nesta eterna gangorra,
Que brinca de vai e vem,
É provável que ela morra,
E o outono também.
O.T.Velho
EQUÍVOCO
Há num momento qualquer,
Qualquer coisa indefinida,
Mas que não passa sequer,
De uma coisa presumida.
E que não tem definição,
Além da possibilidade,
De não ser só presunção,
Mas a pretensa verdade.
E é assim que tudo vira,
Na imagem que se vende,
Ao fazer duma mentira,
A verdade que nos prende.
O.T.Velho
Qualquer coisa indefinida,
Mas que não passa sequer,
De uma coisa presumida.
E que não tem definição,
Além da possibilidade,
De não ser só presunção,
Mas a pretensa verdade.
E é assim que tudo vira,
Na imagem que se vende,
Ao fazer duma mentira,
A verdade que nos prende.
O.T.Velho
terça-feira, 15 de abril de 2008
SOFISMA
terça-feira, 15 de abril de 2008
Há um traço obrigatório,
Uma curva que detém,
Meu desejo incorpóreo,
Minha vida de alguém.
.
A eterna inconstância,
Num sofisma rudimentar,
Que me prende à distância,
Onde penso não estar.
.
E ao nível não tangível,
Desta forma obsoleta,
O existir é tão possível,
Quanto a idéia na gaveta.
.
O.T.Velho
Uma curva que detém,
Meu desejo incorpóreo,
Minha vida de alguém.
.
A eterna inconstância,
Num sofisma rudimentar,
Que me prende à distância,
Onde penso não estar.
.
E ao nível não tangível,
Desta forma obsoleta,
O existir é tão possível,
Quanto a idéia na gaveta.
.
O.T.Velho
quinta-feira, 10 de abril de 2008
ENTRESORTE
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Veio um vento na estrada
E levou o que eu tinha
Mas enfim não tinha nada
Só o vento que não vinha
.
Desrumei-me no intento
De um jeito entrelaçado
À poeira que era vento,
A um rumo que era errado
.
Pois a sorte nunca quis
Encarar de outra maneira
O caminho que eu fiz
Neste vento sem poeira
.
O.T.Velho
E levou o que eu tinha
Mas enfim não tinha nada
Só o vento que não vinha
.
Desrumei-me no intento
De um jeito entrelaçado
À poeira que era vento,
A um rumo que era errado
.
Pois a sorte nunca quis
Encarar de outra maneira
O caminho que eu fiz
Neste vento sem poeira
.
O.T.Velho
domingo, 6 de abril de 2008
PAISAGEM
domingo, 6 de abril de 2008
Não sei se chove lá fora
Respingos molham o centro
Da paisagem que decora
A chuva que cai-me dentro
Deita-me na relva, deita
Porque a água acalanta
A arritmia perfeita
Daquilo que ela planta
E que o dia se embebede
De tudo que lhe convém
Pois no coração rebelde
Ás vezes chove também
O.T.Velho
Respingos molham o centro
Da paisagem que decora
A chuva que cai-me dentro
Deita-me na relva, deita
Porque a água acalanta
A arritmia perfeita
Daquilo que ela planta
E que o dia se embebede
De tudo que lhe convém
Pois no coração rebelde
Ás vezes chove também
O.T.Velho
sábado, 23 de fevereiro de 2008
SONO
sábado, 23 de fevereiro de 2008
Que estranha coisa causa,
A vontade de morrer,
Na simetria sem pausa,
Do processo de viver.
Como brusco arremedo,
Guardado na estranheza,
De alguém que vive o medo,
De não ser sua certeza.
Nessas horas de acalanto,
Uma face tão antiga,
Desenha um rosto de pranto,
No desejo que abriga.
http://sitedepoesias.com.br/poesias/26570
O.T.Velho
A vontade de morrer,
Na simetria sem pausa,
Do processo de viver.
Como brusco arremedo,
Guardado na estranheza,
De alguém que vive o medo,
De não ser sua certeza.
Nessas horas de acalanto,
Uma face tão antiga,
Desenha um rosto de pranto,
No desejo que abriga.
http://sitedepoesias.com.br/poesias/26570
O.T.Velho
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
REESCRITO
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
.
Para além das linhas tortas,
Dos poemas que escrevi,
Escondi em folhas mortas,
O outro tanto que varri.
.
Só porque no curto espaço,
De um entalhe não escrito,
Me perdi, refiz o traço,
Para assim ficar bonito.
.
Mas, tu creias e observe,
Uma coisa quando escrita,
Para algo apenas serve,
E não é pra ser bonita..
.
O.T.Velho
Para além das linhas tortas,
Dos poemas que escrevi,
Escondi em folhas mortas,
O outro tanto que varri.
.
Só porque no curto espaço,
De um entalhe não escrito,
Me perdi, refiz o traço,
Para assim ficar bonito.
.
Mas, tu creias e observe,
Uma coisa quando escrita,
Para algo apenas serve,
E não é pra ser bonita..
.
O.T.Velho
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