.
Eu não sou o que pareço,
Sou o lugar onde me ponho
Mas eu dele só conheço
Que faz parte de um sonho.
A outra parte em mim é algo
Que suporta minha crença
Tem trejeitos de um fidalgo
Nada diz, não dorme ou pensa.
.
Uma tem em seus enganos
Os que a outra cometeu
Pois fizeram os mesmos planos
Pra não serem como eu.
.
O.T.Velho
sexta-feira, 31 de julho de 2009
quinta-feira, 30 de julho de 2009
OLHOS DA COR DO MAR
quinta-feira, 30 de julho de 2009
.
Não tira teus olhos dos meus
Pois desta mescla esparsa
Resulta em ver-me nos teus
O que nos meus se disfarça.
.
Pois um olhar tanto exclama
E quando fala de si
É como o brilho ou a chama
Do meu olhar visto em ti.
.
É assim que os olhos se vêem
Numa intenção de dizer
Que toda a visão que contém
Vem de um outro os ver.
.
O.T.Velho
Não tira teus olhos dos meus
Pois desta mescla esparsa
Resulta em ver-me nos teus
O que nos meus se disfarça.
.
Pois um olhar tanto exclama
E quando fala de si
É como o brilho ou a chama
Do meu olhar visto em ti.
.
É assim que os olhos se vêem
Numa intenção de dizer
Que toda a visão que contém
Vem de um outro os ver.
.
O.T.Velho
segunda-feira, 27 de julho de 2009
REENTRÂNCIAS
segunda-feira, 27 de julho de 2009
.
A vida por meus olhos passa
Sem que eu perceba exatamente;
Sou a vidraça que se embaça
E a nada vê tão claramente.
.
E ainda assim não sei notá-la
Ou distinguir a intenção
Da mesma imagem que se cala
Quando me escapa da visão.
.
Somente sei reconhecê-la
Até onde posso arguir;
Se o céu existe numa estrela
Eu fiz-me dela ao existir.
.
O.T.Velho
A vida por meus olhos passa
Sem que eu perceba exatamente;
Sou a vidraça que se embaça
E a nada vê tão claramente.
.
E ainda assim não sei notá-la
Ou distinguir a intenção
Da mesma imagem que se cala
Quando me escapa da visão.
.
Somente sei reconhecê-la
Até onde posso arguir;
Se o céu existe numa estrela
Eu fiz-me dela ao existir.
.
O.T.Velho
sábado, 25 de julho de 2009
NA ESTRADA PRA CURIAPEBA
sábado, 25 de julho de 2009
.
O pneu velho na estrada
que sabe ele de ser?
Não teve a vida começada,
E bem pouco a pode ter.
.
Nada foi do que não acha,
Se perdeu no segmento,
Com seu corpo de borracha
Na estrada em movimento.
.
Se mais nada lhe ocorreu,
Não importa ter morrido,
Foi somente um pneu,
No bem pouco a ser sabido.
.
O.T.Velho
O pneu velho na estrada
que sabe ele de ser?
Não teve a vida começada,
E bem pouco a pode ter.
.
Nada foi do que não acha,
Se perdeu no segmento,
Com seu corpo de borracha
Na estrada em movimento.
.
Se mais nada lhe ocorreu,
Não importa ter morrido,
Foi somente um pneu,
No bem pouco a ser sabido.
.
O.T.Velho
quinta-feira, 23 de julho de 2009
BERGANTIM DE PORCELANA E COBRE
quinta-feira, 23 de julho de 2009
.
O amargo doce de um beijo
Tem um aroma de flor,
Brotada em cada desejo,
Cuja beleza é não supor.
.
Tudo é segredo... uma ave,
No improviso de um passo,
Dança um ballet, tão suave,
No palco imenso do espaço.
.
A mão que acena num verso,
Onde não há o que dizer,
Faz doce amargo o universo
Pra cada beijo nascer.
.
O.T.Velho
O amargo doce de um beijo
Tem um aroma de flor,
Brotada em cada desejo,
Cuja beleza é não supor.
.
Tudo é segredo... uma ave,
No improviso de um passo,
Dança um ballet, tão suave,
No palco imenso do espaço.
.
A mão que acena num verso,
Onde não há o que dizer,
Faz doce amargo o universo
Pra cada beijo nascer.
.
O.T.Velho
quarta-feira, 22 de julho de 2009
AS TARDES DA RUA XV
quarta-feira, 22 de julho de 2009
.
Eu não conheço um dia calmo,
Tudo que sei ou que conheço,
Fica à distância de um palmo
Da simetria que obedeço.
.
Também não tenho a inspiração
Que justifique o mero ato
De me enredar na produção
Deste rabisco ou relato.
.
Pois nada penso que entabule,
Na idéia tola e associada,
Algum escrito que se anule
Na dissertação mal começada.
.
O.T.Velho
Eu não conheço um dia calmo,
Tudo que sei ou que conheço,
Fica à distância de um palmo
Da simetria que obedeço.
.
Também não tenho a inspiração
Que justifique o mero ato
De me enredar na produção
Deste rabisco ou relato.
.
Pois nada penso que entabule,
Na idéia tola e associada,
Algum escrito que se anule
Na dissertação mal começada.
.
O.T.Velho
BIOMBOS E MARIONETES
.
O tempo é o eterno paralelo
Na hora perdida que se trunca,
E é cada orifício deste elo
Que leva as horas para o nunca.
.
Jamais devolve, não há volta,
É como a chuva de granizo
Que fere as tardes, se revolta
Só pra dizer que foi preciso.
.
Então me ocorre o pensamento
Porque não para de chover?
Pois se o granizo fere o vento
O tempo agora é pra esquecer.
.
O.T.Velho
O tempo é o eterno paralelo
Na hora perdida que se trunca,
E é cada orifício deste elo
Que leva as horas para o nunca.
.
Jamais devolve, não há volta,
É como a chuva de granizo
Que fere as tardes, se revolta
Só pra dizer que foi preciso.
.
Então me ocorre o pensamento
Porque não para de chover?
Pois se o granizo fere o vento
O tempo agora é pra esquecer.
.
O.T.Velho
sexta-feira, 17 de julho de 2009
COURAÇA DE PAPEL MOLHADO
sexta-feira, 17 de julho de 2009
.
Deste meu tempo de cristais
Só perduraram os fragmentos,
E a sensação sem ideais
Em um convés de desalentos.
.
Eu já fui de tudo, já fui porta,
Fui um rabisco numa brecha
Alguma ausência que conforta
A cada porta que se fecha.
.
Já fui a estrada em rotatória
Para assistir então passar,
A estranha massa incorpórea,
Que a tudo fez fragmentar.
.
O.T.Velho
Deste meu tempo de cristais
Só perduraram os fragmentos,
E a sensação sem ideais
Em um convés de desalentos.
.
Eu já fui de tudo, já fui porta,
Fui um rabisco numa brecha
Alguma ausência que conforta
A cada porta que se fecha.
.
Já fui a estrada em rotatória
Para assistir então passar,
A estranha massa incorpórea,
Que a tudo fez fragmentar.
.
O.T.Velho
quinta-feira, 16 de julho de 2009
O AÇOUGUEIRO DA RUA XV
quinta-feira, 16 de julho de 2009
.
Não me importa que me tomem,
Por um sujeito tão vulgar,
Igual ao pasto que os bois comem,
A cada vez que vão pastar.
.
O que me importa é sim conter,
Este lugar que ninguém foi...
Ser mesmo pasto e então crescer,
Numa metade deste boi.
.
E que assim me fique o inaudito,
D'alguma pobre e velha rês,
Com as diferenças que acredito,
Mas tão igual a mim, talvez.
.
O.T.Velho
Não me importa que me tomem,
Por um sujeito tão vulgar,
Igual ao pasto que os bois comem,
A cada vez que vão pastar.
.
O que me importa é sim conter,
Este lugar que ninguém foi...
Ser mesmo pasto e então crescer,
Numa metade deste boi.
.
E que assim me fique o inaudito,
D'alguma pobre e velha rês,
Com as diferenças que acredito,
Mas tão igual a mim, talvez.
.
O.T.Velho
segunda-feira, 13 de julho de 2009
DESAFORISMO
segunda-feira, 13 de julho de 2009
.
Toda canção é como a folha,
Um fragmento que se solta,
Caindo leve como bolha,
Por um instante e nunca volta.
.
E uma canção quando ouvida.
Ou quando a gente dela sabe.
Cria uma imagem repetida,
E assim repete até que acabe.
.
Eu já não sei como se canta
Pois todas formas de canção
Ficam em mim só na garganta
E, desse jeito, morrem então.
.
O.T.Velho
Toda canção é como a folha,
Um fragmento que se solta,
Caindo leve como bolha,
Por um instante e nunca volta.
.
E uma canção quando ouvida.
Ou quando a gente dela sabe.
Cria uma imagem repetida,
E assim repete até que acabe.
.
Eu já não sei como se canta
Pois todas formas de canção
Ficam em mim só na garganta
E, desse jeito, morrem então.
.
O.T.Velho
A LOJA DE DOCES DA RUA XV
.
É tudo um engano... Pisa leve
Pois toda coisa é dita assim
O mal de alguma é ser tão breve
Para em outra não ter fim.
.
É um passo falso, certamente,
É chão aberto que se pisa
Nenhum engano dói na gente
Tampouco dói em quem precisa.
.
Então assim, nesta cadência,
Somos forçados a errar,
Esta é, talvez, a maior ciência,
Pois o viver é se enganar.
.
O.T.Velho
É tudo um engano... Pisa leve
Pois toda coisa é dita assim
O mal de alguma é ser tão breve
Para em outra não ter fim.
.
É um passo falso, certamente,
É chão aberto que se pisa
Nenhum engano dói na gente
Tampouco dói em quem precisa.
.
Então assim, nesta cadência,
Somos forçados a errar,
Esta é, talvez, a maior ciência,
Pois o viver é se enganar.
.
O.T.Velho
NO CALÇADÃO DA RUA XV
.
Este meu jeito quase humano
Às vezes chega a convencer
Que o contracenso do engano
É tão somente parecer.
.
Não que eu prometa, nem refaça,
Ou justifique a coisa dita
Mas por fingir a mesma graça
Quando alguém não acredita.
.
Então sou sempre enganado
Por esta quase humanidade
Que sempre faz do gesto errado
Uma discreta piedade.
.
O.T.Velho
Este meu jeito quase humano
Às vezes chega a convencer
Que o contracenso do engano
É tão somente parecer.
.
Não que eu prometa, nem refaça,
Ou justifique a coisa dita
Mas por fingir a mesma graça
Quando alguém não acredita.
.
Então sou sempre enganado
Por esta quase humanidade
Que sempre faz do gesto errado
Uma discreta piedade.
.
O.T.Velho
A PONTE RECLINADA
.
O espelho é um fragmento
Que fugiu à explicação
De meu torpe pensamento
Que não viu sua razão.
.
O que mostra sua imagem
Não é o tanto que revela
Mas somente uma linguagem
Que no vidro se congela.
.
E nas formas que ele insiste
De mostrar o que não vê,
Outra assim igual consiste
Nestes versos e quem os lê.
.
O.T.Velho
O espelho é um fragmento
Que fugiu à explicação
De meu torpe pensamento
Que não viu sua razão.
.
O que mostra sua imagem
Não é o tanto que revela
Mas somente uma linguagem
Que no vidro se congela.
.
E nas formas que ele insiste
De mostrar o que não vê,
Outra assim igual consiste
Nestes versos e quem os lê.
.
O.T.Velho
LAS CALLES DE MONTEVIDEU
.
...então segui pro rumo norte
E por estreitos que não vi
Que toda estrada leva à morte
E eu não sei porque segui.
.
E neste estranho paradeiro
Cujo destino se nos furta
Não me refiz, segui inteiro
Tornando a vida tola e curta.
.
São só presságios, o princípio
De uma idéia que não rima
Já não tolera o particípio,
E fica no verso onde termina.
.
O.T.Velho
...então segui pro rumo norte
E por estreitos que não vi
Que toda estrada leva à morte
E eu não sei porque segui.
.
E neste estranho paradeiro
Cujo destino se nos furta
Não me refiz, segui inteiro
Tornando a vida tola e curta.
.
São só presságios, o princípio
De uma idéia que não rima
Já não tolera o particípio,
E fica no verso onde termina.
.
O.T.Velho
NO ESTREITO DA RUA XV
.
Dá-me tua mão através do dia
O dia é somente uma passagem
Na rua estreita e não deveria
Reaparecer na outra margem.
.
Dá-me as mãos invente alegria,
Pois todo o resto é só bobagem
E a rua morta, então vazia,
Ressurgirá com outra imagem.
.
Dá-me as mãos, a aragem fria,
Já não parece ser aragem
Mas frios ventos, covardia
Dá-me as mãos e então coragem.
.
O.T.Velho
Dá-me tua mão através do dia
O dia é somente uma passagem
Na rua estreita e não deveria
Reaparecer na outra margem.
.
Dá-me as mãos invente alegria,
Pois todo o resto é só bobagem
E a rua morta, então vazia,
Ressurgirá com outra imagem.
.
Dá-me as mãos, a aragem fria,
Já não parece ser aragem
Mas frios ventos, covardia
Dá-me as mãos e então coragem.
.
O.T.Velho
ESTUDI DELLA RICORDANZA
.
E toda recordação só é isso,
Uma fuga ou simplesmente,
Um ponto fraco, movediço,
Para alguém lembrar da gente
.
Assim eu tento não lembrar-me,
Porque um outro esquecerá,
E tão facilmente me desarme,
E à outra coisa passará.
.
Mas muito embora eu me afaste,
A recordação sempre me segue,
Por confiar que eu não a gaste,
E para sempre a carregue.
.
O.T.Velho
E toda recordação só é isso,
Uma fuga ou simplesmente,
Um ponto fraco, movediço,
Para alguém lembrar da gente
.
Assim eu tento não lembrar-me,
Porque um outro esquecerá,
E tão facilmente me desarme,
E à outra coisa passará.
.
Mas muito embora eu me afaste,
A recordação sempre me segue,
Por confiar que eu não a gaste,
E para sempre a carregue.
.
O.T.Velho
CIRANDA EM XEQUE
.
É só um tabuleiro de xadrez
O modo como eu me vejo
Pois cada peça perde a vez
Pra dar origem a um desejo.
.
É só um jogo... é só um jogo
Que nunca é facil de parar
É a devoção de amor ao fogo
É a abstenção de não jogar.
.
É uma ciranda que culmina
No ponto alto em que ficou
A descontinuidade que origina
A peça errada que jogou.
.
O.T.Velho
É só um tabuleiro de xadrez
O modo como eu me vejo
Pois cada peça perde a vez
Pra dar origem a um desejo.
.
É só um jogo... é só um jogo
Que nunca é facil de parar
É a devoção de amor ao fogo
É a abstenção de não jogar.
.
É uma ciranda que culmina
No ponto alto em que ficou
A descontinuidade que origina
A peça errada que jogou.
.
O.T.Velho
ELUCUBRAÇÕES INSÓLITAS
.
Releio, nas folhas do caderno,
Correspondências que mantive,
Nas incertezas do inverno,
Com os brancos lagos onde estive.
.
Falo das noites, madrugadas
De algo em mim que emudeceu
Dessas notícias esperadas
Pelo que nunca aconteceu.
.
Das brancas nuvens, o arrepio
Que nos provoca o temporal
Que basta ao inverno já ser frio
Nunca é preciso ser igual.
.
Falo também do quão difícil
Torna-se ao homem entender
Que toda vida é como um vicio
E da qual é fácil se embeber.
.
E falo também, a cada folha,
Do que não pude suportar
Pois toda vida é uma escolha
E só o caderno pode errar.
.
O.T.Velho
Releio, nas folhas do caderno,
Correspondências que mantive,
Nas incertezas do inverno,
Com os brancos lagos onde estive.
.
Falo das noites, madrugadas
De algo em mim que emudeceu
Dessas notícias esperadas
Pelo que nunca aconteceu.
.
Das brancas nuvens, o arrepio
Que nos provoca o temporal
Que basta ao inverno já ser frio
Nunca é preciso ser igual.
.
Falo também do quão difícil
Torna-se ao homem entender
Que toda vida é como um vicio
E da qual é fácil se embeber.
.
E falo também, a cada folha,
Do que não pude suportar
Pois toda vida é uma escolha
E só o caderno pode errar.
.
O.T.Velho
À BEIRA DA ORLA
.
Da noite me basta o lampejo,
A antevisão dos abrolhos,
Pra que eu sinta um despejo
Correr-me no rio dos olhos.
.
Sargaços, mangues e lodos
Foram o que vi comumente,
Que acostumei-me com todos,
E já nem sou diferente.
.
Se uma idéia sempre nos trai
Pode-se em outra rever,
Que o mais distante que vai
É à véspera de retroceder.
.
O.T.Velho
Da noite me basta o lampejo,
A antevisão dos abrolhos,
Pra que eu sinta um despejo
Correr-me no rio dos olhos.
.
Sargaços, mangues e lodos
Foram o que vi comumente,
Que acostumei-me com todos,
E já nem sou diferente.
.
Se uma idéia sempre nos trai
Pode-se em outra rever,
Que o mais distante que vai
É à véspera de retroceder.
.
O.T.Velho
NAS ESCADARIAS DE ANDALUZ
.
A referência ao intangível
Que a minha mente reproduz
Só há de ser perceptível
Nas escadarias de andaluz.
.
É como o sol dourado e fresco
Ou a agonia louca e cega
Que num arroubo quixotesco
Fere aquele que a carrega.
.
E tudo segue uma tangência
Como um comboio que discorre
Pois atingiu esta freqüência
Da coisa viva que não morre.
.
O.T.Velho
A referência ao intangível
Que a minha mente reproduz
Só há de ser perceptível
Nas escadarias de andaluz.
.
É como o sol dourado e fresco
Ou a agonia louca e cega
Que num arroubo quixotesco
Fere aquele que a carrega.
.
E tudo segue uma tangência
Como um comboio que discorre
Pois atingiu esta freqüência
Da coisa viva que não morre.
.
O.T.Velho
A RAIZ DO CUBO
.
O tempo de tudo é tão lento
Só dura o tempo que faz
Um breve instante, um momento,
Do que ficou para trás.
.
São voltas,vindas e idas
São fragmentos de cenas
Imberbes imagens surgidas
Por um minuto, apenas.
.
Já não possuímos os sábios
E o que se ouve é a tolice
É o movimento em que os lábios
Repete o que nunca disse.
.
O.T.Velho
O tempo de tudo é tão lento
Só dura o tempo que faz
Um breve instante, um momento,
Do que ficou para trás.
.
São voltas,vindas e idas
São fragmentos de cenas
Imberbes imagens surgidas
Por um minuto, apenas.
.
Já não possuímos os sábios
E o que se ouve é a tolice
É o movimento em que os lábios
Repete o que nunca disse.
.
O.T.Velho
domingo, 12 de julho de 2009
IMAGENS SAZIONAIS
domingo, 12 de julho de 2009
.
Escute a voz na tempestade,
O temporal que não desaba,
É lá que existe a verdade;
A vida surge quando acaba.
.
E neste eterno movimento
De tudo prestes a acabar-se
Há de surgir um pensamento:
Nada passou de um disfarce.
.
Assim escute os temporais ,
Que o vento leve não empurra,
E faz de coisas tão banais,
Esta verdade que sussurra.
.
O.T.Velho
Escute a voz na tempestade,
O temporal que não desaba,
É lá que existe a verdade;
A vida surge quando acaba.
.
E neste eterno movimento
De tudo prestes a acabar-se
Há de surgir um pensamento:
Nada passou de um disfarce.
.
Assim escute os temporais ,
Que o vento leve não empurra,
E faz de coisas tão banais,
Esta verdade que sussurra.
.
O.T.Velho
DECLARAÇÃO DO ALVORECER
.
O meu olhar roubado ao teu
não é somente um olhar
Mas um rubor que se escondeu
Entre a manhã, aurora e mar..
.
Pois as manhãs derramam óleos
Sobre a varanda de tecidos
Da cor perdida de meus olhos
Em teus olhares escondidos.
.
É natural que eu não te veja
Apenas sinta quando vens
Que és a manhã e o sol te beija
Não tenho nada e tu me tens.
.
O.T.Velho
O meu olhar roubado ao teu
não é somente um olhar
Mas um rubor que se escondeu
Entre a manhã, aurora e mar..
.
Pois as manhãs derramam óleos
Sobre a varanda de tecidos
Da cor perdida de meus olhos
Em teus olhares escondidos.
.
É natural que eu não te veja
Apenas sinta quando vens
Que és a manhã e o sol te beija
Não tenho nada e tu me tens.
.
O.T.Velho
sexta-feira, 10 de julho de 2009
A HERANÇA DE PORFÍRIO ALCEBÍADES
sexta-feira, 10 de julho de 2009
.
Não foram os dias de inverno
Que trouxeram tanto frio
Inventaram o dia eterno
Criaram sombras, encobriu-o.
.
E não foi o frio rigoroso
Que apagou todo o calor
Deixou um gosto licoroso
E nossa sede sem sabor.
.
Não foi nada, não foi nada
Que aumentou os dissabores
Foi somente a coisa errada
E o inverno deu-lhe as cores.
.
O.T.Velho
Não foram os dias de inverno
Que trouxeram tanto frio
Inventaram o dia eterno
Criaram sombras, encobriu-o.
.
E não foi o frio rigoroso
Que apagou todo o calor
Deixou um gosto licoroso
E nossa sede sem sabor.
.
Não foi nada, não foi nada
Que aumentou os dissabores
Foi somente a coisa errada
E o inverno deu-lhe as cores.
.
O.T.Velho
quinta-feira, 9 de julho de 2009
UM DIA SEM GRAÇA
quinta-feira, 9 de julho de 2009
.
Na calçada molhada se repete
A imagem fria que desloca
O som confuso dum trompete
Que a gente ouve e ninguém toca.
.
Pois nenhum ouvido o irá notar
Ou distinguir como canção
O que sentiu de ouvir tocar
Ou se ele foi tocado ou não.
.
Na calçada fria e tão molhada
Qualquer palavra tem o som
De uma cantiga não tocada
Ou que afinal perdeu o tom.
.
O.T.Velho
Na calçada molhada se repete
A imagem fria que desloca
O som confuso dum trompete
Que a gente ouve e ninguém toca.
.
Pois nenhum ouvido o irá notar
Ou distinguir como canção
O que sentiu de ouvir tocar
Ou se ele foi tocado ou não.
.
Na calçada fria e tão molhada
Qualquer palavra tem o som
De uma cantiga não tocada
Ou que afinal perdeu o tom.
.
O.T.Velho
QUADRO I
.
I - FIAMBRES E LICORES
.
Os meus dias são caminhos
São estradas sem lugar
São pequenos pedacinhos
Que haverei de remendar.
.
E este tempo que eu terei,
Como sobra remendada,
Do que em mim fragmentei,
Pra seguir em outra estrada.
.
Os meus dias são roteiros
De uma peça que ficou
No papel, entre os tinteiros,
Deste livro que não sou.
.
II - DESDE MUITO
.
As horas não passam, parece
Que o tempo se emudeceu
Já quase nada acontece
Só coisa alguma e eu.
.
E eu, como sempre, perdido
Revejo igual semelhança
Num tempo em mim esquecido
Guardado só na lembrança.
.
E nos refrões da cantiga
Tudo que busco é entender
Mas temo que não consiga
Porque há muito a esquecer.
.
III - AMOR, ESTRANHO MODO
.
É luz, é fogo o que eu sinto,
Uma canção, um trocadilho,
Um sentimento indistinto
Fração de luz, quase sem brilho.
.
É redenção, é dor, paixão
Uma agonia que devora,
Corrói o peito, o coração,
Fica pra sempre e nem demora.
.
É uma paz que se consome
Na alegria de ser triste,
Pela razão que não tem nome
E apenas sei porque existe.
.
F.T.Oliveira
I - FIAMBRES E LICORES
.
Os meus dias são caminhos
São estradas sem lugar
São pequenos pedacinhos
Que haverei de remendar.
.
E este tempo que eu terei,
Como sobra remendada,
Do que em mim fragmentei,
Pra seguir em outra estrada.
.
Os meus dias são roteiros
De uma peça que ficou
No papel, entre os tinteiros,
Deste livro que não sou.
.
II - DESDE MUITO
.
As horas não passam, parece
Que o tempo se emudeceu
Já quase nada acontece
Só coisa alguma e eu.
.
E eu, como sempre, perdido
Revejo igual semelhança
Num tempo em mim esquecido
Guardado só na lembrança.
.
E nos refrões da cantiga
Tudo que busco é entender
Mas temo que não consiga
Porque há muito a esquecer.
.
III - AMOR, ESTRANHO MODO
.
É luz, é fogo o que eu sinto,
Uma canção, um trocadilho,
Um sentimento indistinto
Fração de luz, quase sem brilho.
.
É redenção, é dor, paixão
Uma agonia que devora,
Corrói o peito, o coração,
Fica pra sempre e nem demora.
.
É uma paz que se consome
Na alegria de ser triste,
Pela razão que não tem nome
E apenas sei porque existe.
.
F.T.Oliveira
terça-feira, 7 de julho de 2009
NÃO FOI NADA...
terça-feira, 7 de julho de 2009
.
Foi só meu sonho acordado
Que pela noite perdida
Tentava ser relembrado
De acordar-me em seguida.
.
Foi só o meu rumo diverso
De um conteúdo qualquer
Que fez meu sonho disperso
Seguir em rumo qualquer.
.
Foi só um pouco ou o nada
Do que eu vá presumir
E que fez a noite acordada
Não mais deixar-me dormir.
.
O.T.Velho
Foi só meu sonho acordado
Que pela noite perdida
Tentava ser relembrado
De acordar-me em seguida.
.
Foi só o meu rumo diverso
De um conteúdo qualquer
Que fez meu sonho disperso
Seguir em rumo qualquer.
.
Foi só um pouco ou o nada
Do que eu vá presumir
E que fez a noite acordada
Não mais deixar-me dormir.
.
O.T.Velho
sexta-feira, 3 de julho de 2009
UM GRITO NA JANELA
sexta-feira, 3 de julho de 2009
.
...a minha poesia já não grita
Nem tem a voz que dilacera
Ela é como as aves e se agita
No breve tempo de uma espera.
.
É como o vento, frio e leve,
É como a neblina que percorre
Na palidez de um texto breve
A sincronia do que morre.
.
E é como a dor que se desata
Numa verdade presumida
Porque não dói e sim retrata
A não existência da ferida.
.
O.T.Velho
...a minha poesia já não grita
Nem tem a voz que dilacera
Ela é como as aves e se agita
No breve tempo de uma espera.
.
É como o vento, frio e leve,
É como a neblina que percorre
Na palidez de um texto breve
A sincronia do que morre.
.
E é como a dor que se desata
Numa verdade presumida
Porque não dói e sim retrata
A não existência da ferida.
.
O.T.Velho
quinta-feira, 2 de julho de 2009
CARVOARIA
quinta-feira, 2 de julho de 2009
.
...e remarei contra marés,
Irei seguir pra além do mar,
Nos arredores sem convés
Numa distância sem lugar.
.
Eu vou seguir até que aviste
O outro lado do horizonte
Porque no mar somente existe
A travessia e uma ponte.
.
E vou remar no rumo gasto
Nas últimas paginas da história
Deste poema que arrasto
Pra o infinito da memória.
.
O.T.Velho
...e remarei contra marés,
Irei seguir pra além do mar,
Nos arredores sem convés
Numa distância sem lugar.
.
Eu vou seguir até que aviste
O outro lado do horizonte
Porque no mar somente existe
A travessia e uma ponte.
.
E vou remar no rumo gasto
Nas últimas paginas da história
Deste poema que arrasto
Pra o infinito da memória.
.
O.T.Velho
Assinar:
Postagens (Atom)