.
O hoje por hoje me basta
E o que fiz só por fazer
É feito incêndio, devasta
Queimando sem eu querer.
.
Por hoje é só, já não mais
Farei a coisa que eu deva
Com tantos pontos finais
Impedindo que eu escreva.
.
Por hoje é só e não irei
Ser testemunha do nada
Pois nada é só o que farei
Na minha vida quadrada.
.
O.T.Velho
sexta-feira, 29 de maio de 2009
OS PORÕES DA CASA DE ENGENHO
.
E eu me perdi na escuridão
Naquele ponto frio e baixo
Que todos chamam solidão
E tem as formas de capacho.
.
Tudo se perde, então restou-me
Da mesma forma me perder
Foi quando eu me vi sem nome
Ou só teimava em não o dizer.
.
Mas já faz tempo que assim vi-me
Que penso mesmo seja hilário
Pois muito embora tudo rime,
Ainda me sinto um solitário.
.
O.T.Velho
E eu me perdi na escuridão
Naquele ponto frio e baixo
Que todos chamam solidão
E tem as formas de capacho.
.
Tudo se perde, então restou-me
Da mesma forma me perder
Foi quando eu me vi sem nome
Ou só teimava em não o dizer.
.
Mas já faz tempo que assim vi-me
Que penso mesmo seja hilário
Pois muito embora tudo rime,
Ainda me sinto um solitário.
.
O.T.Velho
AULAS DE PORTUGUÊS
.
É um dia longo, eu sou talvez
O exemplo crasso desse dia
Que se envolveu na palidez
Onde também me envolveria.
.
É um dia longo, um dia longo
Longo demais pra descrever
Feito as regras de um ditongo
Que sempre esqueço de reler.
.
É um dia longo, assim me veio
Como um ditongo oral aberto
Com acento grave bem no meio
E de um olhar meio encoberto.
.
O.T.Velho
É um dia longo, eu sou talvez
O exemplo crasso desse dia
Que se envolveu na palidez
Onde também me envolveria.
.
É um dia longo, um dia longo
Longo demais pra descrever
Feito as regras de um ditongo
Que sempre esqueço de reler.
.
É um dia longo, assim me veio
Como um ditongo oral aberto
Com acento grave bem no meio
E de um olhar meio encoberto.
.
O.T.Velho
O ABAT-JOUR DE PORCELANA
.
Perdi as formas de universo
(E tudo aquilo que termina)
Tão semelhante e disperso
Como um castelo em ruina.
.
E assim sai de meu contexto
Como pedaço de um escrita
Que se perdeu, deixou o texto
Seguindo a tudo que evita.
.
Vou inventar que tudo entendo
Sei dessas formas e o que são
Pois só assim me compreendo
Dentro de tanta explicação.
.
O.T.Velho
Perdi as formas de universo
(E tudo aquilo que termina)
Tão semelhante e disperso
Como um castelo em ruina.
.
E assim sai de meu contexto
Como pedaço de um escrita
Que se perdeu, deixou o texto
Seguindo a tudo que evita.
.
Vou inventar que tudo entendo
Sei dessas formas e o que são
Pois só assim me compreendo
Dentro de tanta explicação.
.
O.T.Velho
PEQUENA VALSA, UM DITONGO
.
Estudo as formas de relevo
Recrio acordes que ouvi,
Mas no momento que os descrevo
Vejo somente os que perdi.
.
E a meia luz fraca, serena,
Chamou meu corpo pra dançar,
Mas era a valsa tão pequena
Que terminou ao começar.
.
A luz se apaga e breves passos
Ainda conduzem minha mente,
Numa cadência, abrir os braços,
Pra fazer tudo novamente.
.
O.T.Velho
Estudo as formas de relevo
Recrio acordes que ouvi,
Mas no momento que os descrevo
Vejo somente os que perdi.
.
E a meia luz fraca, serena,
Chamou meu corpo pra dançar,
Mas era a valsa tão pequena
Que terminou ao começar.
.
A luz se apaga e breves passos
Ainda conduzem minha mente,
Numa cadência, abrir os braços,
Pra fazer tudo novamente.
.
O.T.Velho
SÓ, PELAS RUAS DO MERCADO
.
Não sei o quanto me revelo
naquilo que nunca respondo
Sei que apenas: crio um elo,
Onde me acho e me escondo.
.
Assim não perco a sensatez
De ver aos que não a têm
Fungindo em sua lucidez
Justificando o ser ninguém.
.
Assim, perdido no meu rumo,
Não sei se vou me revelar
Porque senão eu me acostumo
E temo não saber voltar.
.
O.T.Velho
Não sei o quanto me revelo
naquilo que nunca respondo
Sei que apenas: crio um elo,
Onde me acho e me escondo.
.
Assim não perco a sensatez
De ver aos que não a têm
Fungindo em sua lucidez
Justificando o ser ninguém.
.
Assim, perdido no meu rumo,
Não sei se vou me revelar
Porque senão eu me acostumo
E temo não saber voltar.
.
O.T.Velho
quinta-feira, 28 de maio de 2009
ESTRELAS DE ANDARAÍ
quinta-feira, 28 de maio de 2009
.
Um céu de estrelas parece
Levar a mundos distantes
Ao ermo que nos conhece
Pelo que fôramos antes.
.
E quando anoitece, creio,
Que tudo nos olha e vê
Como uma delas que veio
Guardar àquele que a crê.
.
Assim não creio que importa
Um outro modo de vê-las
Pois meu silencio comporta
Um céu forrado de estrelas.
.
O.T.Velho
Um céu de estrelas parece
Levar a mundos distantes
Ao ermo que nos conhece
Pelo que fôramos antes.
.
E quando anoitece, creio,
Que tudo nos olha e vê
Como uma delas que veio
Guardar àquele que a crê.
.
Assim não creio que importa
Um outro modo de vê-las
Pois meu silencio comporta
Um céu forrado de estrelas.
.
O.T.Velho
AS HORAS FEREM OS OUVIDOS DO SILÊNCIO
.
Tudo que penso conspira
contra meu ânimo de ser
O alheio a esta mentira
Que tenta me convencer.
.
Pouco a dizer, a verdade,
Provém da mesma raiz
Surgida numa igualdade
Ferindo a boca que a diz.
.
Porém me esforço mas temo
Que não consiga lograr
Mesmo em esforço extremo
Fazer a verdade falar.
.
O.T.Velho
Tudo que penso conspira
contra meu ânimo de ser
O alheio a esta mentira
Que tenta me convencer.
.
Pouco a dizer, a verdade,
Provém da mesma raiz
Surgida numa igualdade
Ferindo a boca que a diz.
.
Porém me esforço mas temo
Que não consiga lograr
Mesmo em esforço extremo
Fazer a verdade falar.
.
O.T.Velho
terça-feira, 26 de maio de 2009
LA NOCHE DE AYER
terça-feira, 26 de maio de 2009
Foi Ontem à noite, me lembro,
tudo quedou-se estranhamente
Em fortes golpes, cada mebro,
Pedia paz à minha mente
Tudo era igual ao não suposto
Uma mentira inventada
Escrita apenas no meu rosto
Fio por fio remendada.
Foi ontem à noite que me vi
Sentir o corpo desmembrar
Na impressão de que menti
Só pra, um dia, me lembrar
O.T.Velho
tudo quedou-se estranhamente
Em fortes golpes, cada mebro,
Pedia paz à minha mente
Tudo era igual ao não suposto
Uma mentira inventada
Escrita apenas no meu rosto
Fio por fio remendada.
Foi ontem à noite que me vi
Sentir o corpo desmembrar
Na impressão de que menti
Só pra, um dia, me lembrar
O.T.Velho
MANHÂS DE GUAYAQUIL
Meu saudosismo imaginário,
Que ora existe e ora não,
É como um medo solitário
E torna tudo solidão.
O céu de agosto tem a cor,
Que amiúde, de repente,
Faz-me pensar na intensa dor
Da solidão que há na gente.
Nada é tão raro, inconstante,
Que seja sempre imutavel,
Pois a quietude do instante
Parece ser interminável.
O.T.Velho
Que ora existe e ora não,
É como um medo solitário
E torna tudo solidão.
O céu de agosto tem a cor,
Que amiúde, de repente,
Faz-me pensar na intensa dor
Da solidão que há na gente.
Nada é tão raro, inconstante,
Que seja sempre imutavel,
Pois a quietude do instante
Parece ser interminável.
O.T.Velho
VENDAVAL NO VENTO NORTE
O mar me conta as histórias
De uma nau que se perdeu,
Ficou perdida nas memórias,
Ficou perdida como eu.
Trazia ela em seu cortejo
O deus dará, a sorte cega,
Pois navegava num desejo
De quem não vê onde navega.
E o mar me disse que afinal
Fomos iguais na semelhança
Ele perdeu a sua nau
Quando perdi minha esperança.
O.T.Velho
De uma nau que se perdeu,
Ficou perdida nas memórias,
Ficou perdida como eu.
Trazia ela em seu cortejo
O deus dará, a sorte cega,
Pois navegava num desejo
De quem não vê onde navega.
E o mar me disse que afinal
Fomos iguais na semelhança
Ele perdeu a sua nau
Quando perdi minha esperança.
O.T.Velho
domingo, 24 de maio de 2009
TROÇOS DE UM DIA AMARGO
domingo, 24 de maio de 2009
Perco-me todo em caminhos
Que sempre viram passatempo,
Escondem medos, torvelinhos,
Coisa guardada há muio tempo.
Assim em mim cada momento
Recorda apenas o que sou:
Um velho mundo cismarento,
Rasgo de um nada que passou.
Volto pro longe... não consigo
De nenhum modo me expressar
Cada palavra do que digo
É nada além deu me calar.
O.T.Velho
Que sempre viram passatempo,
Escondem medos, torvelinhos,
Coisa guardada há muio tempo.
Assim em mim cada momento
Recorda apenas o que sou:
Um velho mundo cismarento,
Rasgo de um nada que passou.
Volto pro longe... não consigo
De nenhum modo me expressar
Cada palavra do que digo
É nada além deu me calar.
O.T.Velho
sábado, 23 de maio de 2009
ARLEQUIM VERMELHO
sábado, 23 de maio de 2009
Eu obedeço ao mandamento
Que faz o homem ser feliz,
Erguer a casa sobre o vento,
Nessas manhãs de chafariz.
Voar às vezes numa estrela,
E ao mais leve desencanto,
Sair às noites pra revê-la,
E nunca mais deixá-la tanto.
E de assim ter uma meta,
Só uma meta e mais nenhuma
Que a manhã é incompleta
Quando a gente se acostuma.
O.T.Velho
Que faz o homem ser feliz,
Erguer a casa sobre o vento,
Nessas manhãs de chafariz.
Voar às vezes numa estrela,
E ao mais leve desencanto,
Sair às noites pra revê-la,
E nunca mais deixá-la tanto.
E de assim ter uma meta,
Só uma meta e mais nenhuma
Que a manhã é incompleta
Quando a gente se acostuma.
O.T.Velho
quarta-feira, 13 de maio de 2009
O BOTICÁRIO DA RUA XV
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Alguém me disse, mas não sei,
Pois esqueci-me de ouvir...
Era uma voz e então pensei
Que tudo era eu repetir.
Era um silêncio, uma nota,
Pequena pausa assemelhada
À solidão que se esgota
Quando a gente ouve nada.
E foi assim, somente assim,
Que percebi alguem dizer
Da solidão qua havia em mim
Só eu não pude perceber.
O.T.Velho
Pois esqueci-me de ouvir...
Era uma voz e então pensei
Que tudo era eu repetir.
Era um silêncio, uma nota,
Pequena pausa assemelhada
À solidão que se esgota
Quando a gente ouve nada.
E foi assim, somente assim,
Que percebi alguem dizer
Da solidão qua havia em mim
Só eu não pude perceber.
O.T.Velho
segunda-feira, 11 de maio de 2009
O ARCO IRIS DA VILA DE MARCONDES
segunda-feira, 11 de maio de 2009
O vento que vai inventa,
Na sua forma de invenção,
Algo que não se experimenta,
Coisas que não existirão.
Toca-me a pele, arredio,
Rola nos ares sem se ver,
Porque sou breve como um fio
E ele é vento sem saber
Cai-me a noite, minha pele,
Parece coisa não tocada,
E ao não ter nada que a revele
Sinto-a como se inventada
O.T.Velho
Na sua forma de invenção,
Algo que não se experimenta,
Coisas que não existirão.
Toca-me a pele, arredio,
Rola nos ares sem se ver,
Porque sou breve como um fio
E ele é vento sem saber
Cai-me a noite, minha pele,
Parece coisa não tocada,
E ao não ter nada que a revele
Sinto-a como se inventada
O.T.Velho
O COLAR DE PEDRAS DE JUANITA
Por esta noite sim, não mais
Diga-me coisas do ouvir
Coisas que não serão jamais
Pra eu ficar e não partir
Por esta noite sim, somente
Fale dos sonhos que serão
No meu ficar intermitente,
Tudo que fiz sem ter razão
Só nesta noite sim, talvez
Dá-me tua mão já estendida
Com o vazio que se fez
Do gosto amargo da partida
O.T.Velho
Diga-me coisas do ouvir
Coisas que não serão jamais
Pra eu ficar e não partir
Por esta noite sim, somente
Fale dos sonhos que serão
No meu ficar intermitente,
Tudo que fiz sem ter razão
Só nesta noite sim, talvez
Dá-me tua mão já estendida
Com o vazio que se fez
Do gosto amargo da partida
O.T.Velho
Assinar:
Postagens (Atom)