quinta-feira, 22 de outubro de 2009

RÉQUIEM

quinta-feira, 22 de outubro de 2009
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E meu poema tornou-se sangue
Tornou-se vinho, fel, paixão...
Foi água presa, aurora e mangue,
Mas não nasceu da inspiração.
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E o meu poema teve as dores
De um texto pobre declamado,
Teve desilusões e teve amores,
Porém não fora inspirado.
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E o meu poema teve alegrias,
Foi tão pequeno e infinito
Com pretensões tolas, tardias,
E só morreu por ser escrito.
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O.T.Velho

TREJEITOS E GESTOS

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E o meu poema fez-se velho
Surgiu, um dia, amarrotado
Me fez lembrar um evangelho
Que tinha algo anotado.
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E o meu poema fez-se carne
De condição inconsistente
Já não podia mais deixar-me
Era meu corpo ali presente.
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E o meu poema fez-se tudo
Numa sequencia interminável
Parou um dia, fez-se mudo
E assim tornou-se inacabável.
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O.T.Velho
 
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